A experiência de empresas brasileiras com a pandemia e a tendência em continuar atuando nesse formato

Com a pandemia do Covid 19, diversas empresas de grande porte aderiram ao sistema de trabalho home office, também conhecido como tele trabalho. A tendência entretanto é de continuidade quanto a adesão ao formato mesmo com o final da disseminação do novo coronavírus, à medida que diversas campanhas de vacinação avançam no mundo, com países já atingindo atualmente quase 100% de imunização entre suas populações.

O isolamento social acelerou o estabelecimento da nova modalidade de trabalho, que embora ainda não fizesse parte da realidade de muitas empresas, já se apresentava de forma notória como a tendência do futuro, em decorrência dos avanços tecnológicos incessantes neste sentido.

Hoje, empresas que somente conheciam a jornada de trabalho presencial, migraram amplamente para o regime de tele trabalho, juntamente a outras que já se utilizavam dessa estrutura de modo parcial, em dias e horários seletos no decorrer da semana. Neste cenário, a experiência obteve bons resultados, e grandes empresas já decidiram por manter o trabalho remoto após o controle da pandemia.

A economia de custos fixos como energia, aluguel, materiais de escritório, transporte de funcionários, entre outros são pontos apreciados pelas organizações, e a essa variante soma-se a fácil adaptação de um montante considerável de trabalhadores ao regime, sem oscilações negativas na produtividade e satisfação.

Cinco empresas brasileiras que manterão o regime de Home Office com o fim da pandemia

5. BRQ Digital Solutions

Consolidada como uma das maiores empresas brasileiras do ramo de transformação digital, a BRQ Digital Solutions já decidiu pela permanência em home office após o fim da quarentena.

Numa pesquisa interna da empresa, 50% dos colaboradores apresentaram maior produtividade no regime de trabalho à distância, e 72% verificaram uma melhoria na qualidade de vida.

4. Ambev

De acordo com uma pesquisa interna realizada entre os funcionários da Ambev, cerca de 90% de seus funcionários desejam uma solução que combine trabalho remoto e presencial após a pandemia.

A Ambev está organizando mudanças a fim de disponibilizar menos espaço às estações de trabalho e uma maior destinação a áreas de interação, aderindo entretanto a cuidados com relação a aglomerações no uso inicial de espaços como cafés e salas de reunião.

3. XP Inc

A XP Investimentos é considerada uma das maiores corretoras de valores independentes do Brasil. A empresa aderiu ao trabalho à distância de forma permanente deixando seus escritórios em São Paulo, e está anunciando que em breve construirá uma sede social.

Neste novo espaço físico, os trabalhadores se encontrarão para reuniões e confraternizações, tendo portanto um uso não regular, apenas com a finalidade de manter a socialização entre os membros da companhia.

2. Petrobras

Uma das estatais mais conhecidas do país, a Petrobrás estuda hoje a implementação do trabalho híbrido, ou seja, com 50% de seus colaboradores alocados ao regime de home office e 50% para o trabalho presencial.

O objetivo é a fixação de escritórios inteligentes, para atividades em tempo reduzido e compartilhadas, atendendo a eventuais necessidades presenciais de alguns funcionários ou setores.

1. Vale

Em 2019, antes mesmo do início da pandemia a Vale, que é hoje uma das maiores mineradoras do mundo, já tinha definido o estabelecimento de um sistema de trabalho mais flexível, com a adoção do trabalho remoto uma vez por semana. Esse processo foi naturalmente acelerado com a pandemia, e as funções administrativas e de suporte operacional foram alocadas ao regime de home office desde março de 2020.

Como resultado, a companhia verificou que não houve queda no volume dos processos, mas suas equipes precisaram se adequar. Soluções inovadoras que permitiram, por exemplo, o acompanhamento remoto de engenheiros e equipes, foram adotadas.

Mesmo com as mudanças positivas, um longo caminho precisa ser percorrido…

Apesar da expansão inédita de trabalhadores remotos hoje no Brasil e no mundo, segundo os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), realizada pelo IBGE em setembro de 2020, o equivalente dos trabalhadores ativos no país que atua na modalidade home office, corresponde ainda a uma taxa em torno de 10%. Essa estimativa aponta para consequências da desigualdade social, bem como, o fato de que ainda há muito espaço a ser explorado pelo tele trabalho.